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Congados - Continuação II
Congados - Continuação II

     A diferença da Missa Conga das tradicionais está nos cântigos acompanhados pela batida dos tambores e no ofertório onde todos os Reis e Rainhas de todas as Guardas participantes ofertam suas coroas e cetros, simbolizando a entrega dos reinos materiais a Nossa Senhora do Rosário.

     Após a Missa Conga tem início a Procissão, quando a imagem de Nossa Senhora do Rosário desfila triunfalmente pelas ruas do bairro ricamente ornamentadas pelos moradores. Os reis e rainhas de todas as Guardas vão a frente do andor, pois Nossa Senhora é a Rainha Maior, de mais poder. Os Grupos de Congados locais vão a frente do cortejo, enquanto as guardas visitantes se dividem antes e após o andor, complementando a procissão. Se entre as Guardas visitante houver Moçambique esta vai atrás de todo o cortejo devido ao seu caminhar ser com paços lentos.

     Na chegada da procissão, a imagem de Nossa Senhora do Rosário é depositada na porta principal da igreja, sendo chegado o momento da coroação dos novos Reis Festeiros, também conhecidos como Reis de Ano, cuja função é prover os congados com recursos para os festejos do próximo ano. O folclore, embora tradicional, adapta-se com o tempo, antigamente os festeiros só podiam ser brancos, e isto significafa que eles assumiam esta função como paga pelos seus antepassados terem impedido os escravisados de entrarem em suas igrejas. Com o tempo, congadeiros e devotos pretos resolveram assumir esta função motivados pela fé e o gosto pelos congados. Já os Reis e Rainhas Congas só podem ser pretos, no caso do Rei este só perde a coroa para o seu sucessor sendo este o filho primogênito mais velho ou na ausência deste um parente mais próximo homem também preto. No caso da Rainha Conga, quando o Rei falece ela se torna Rainha solteira e cede seu mandato a parceita do novo Rei Congo. No caso do Rei e Rainha festeiros serem brancos, se coroados três vezes, ou seja, em três anos consecutivos ou não, passam a ser reconhecidos como "Irmãos do Rosário" simbolizando a aceitação da cultura de matriz negra.

     No momento da coroação, o Rei e a Rainha se ajoelham em frente a imagem depositada na entrada principal da Igreja e duas espadas empunhadas por congadeiros se cruzam, com um grande terço unindo-as, acima das suas cabeças. Neste momento o Congado entoa um cântigo sugerindo ser Nossa Senhora quem os está coroando, através das mãos do Rei e da Rainha Conga que lhes vestem a capa, lhes entregam o cetro e finalmente os coroam com coroas confeccionadas de metal com pedras cravejadas.

     Após este último ritual, é chegado o final da festa, onde vivas a Nossa Senhora do Rosário ecoam pelo bairro, seguido pelo forte toque dos tambores e queimas de fogos de artifício.

     O Encontro das Guardas de Congado é uma magnífica manifestação da cultura popular, fruto da interpretação do cristianismos por parte dos Afiricanos trazidos para serem escravizados e que antes eram catequizados pelos jesuítas. Como manifestação folclórica revela fortes traços da nossa identidade cultural, merecendo portando ser preservada e constantemente estudada e registrada pela comunidade nova-limense.

 

 

     O congado é uma expressão cultural que tem suas raízes nas tradições africanas trazidas pelos escravizados para o Brasil. Ao longo do tempo, o congado tornou-se uma forma de preservar e transmitir essas tradições de geração em geração, contribuindo para a riqueza da diversidade cultural brasileira.

     O congado é frequentemente associado a práticas religiosas afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda misturados ao catolicismo, o que chamamos de sincretismo religioso. Ele desempenha um papel vital na expressão das crenças espirituais e religiosas das comunidades afrodescendentes, fornecendo um espaço para rituais, danças e músicas que são centrais para essas tradições.

     Durante muitos períodos da história brasileira, as práticas culturais afro-brasileiras foram reprimidas e marginalizadas. O congado, no entanto, tem resistido a essas pressões, representando uma forma de resistência cultural e afirmação da identidade afro-brasileira.

     O congado muitas vezes incorpora elementos locais, adaptando-se às características específicas das regiões em que é praticado. Isso contribui para a riqueza da diversidade cultural dentro da própria manifestação.

     Ao celebrar a diversidade cultural e religiosa, o congado pode desempenhar um papel na promoção da tolerância e no estímulo ao diálogo intercultural. Isso é particularmente importante em uma sociedade tão diversa como a brasileira.

     O congado muitas vezes é praticado em comunidades locais e funciona como um elemento coesivo, fortalecendo os laços entre os membros da comunidade. Ele cria um senso de identidade compartilhada e pertencimento.

     o congado é uma expressão cultural rica e multifacetada que desempenha um papel crucial na preservação da herança afro-brasileira, na resistência cultural e na promoção da diversidade e tolerância no contexto da cultura popular brasileira.

     Muitas comunidades que praticam o Congado têm uma forte ligação com as religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda misturadas ao catolicismo. O Congado muitas vezes incorpora elementos dessas tradições, como a reverência as divindades, como Nossa Senhora do Rosário, o que confere um caráter sagrado à prática.

     O Congado surgiu como uma forma de resistência dos africanos escravizados, preservando suas tradições culturais e espirituais em meio à opressão. A preservação dessas tradições é vista como sagrada, pois representa a resistência e a resiliência do povo afrodescendente no Brasil.

     O Congado frequentemente incorpora elementos da fé católica, como a devoção a santos, procissões e celebrações litúrgicas. Essa fusão de elementos religiosos africanos com o catolicismo confere ao Congado uma dimensão sagrada, pois integra diferentes sistemas de crenças de uma maneira única.

     Algumas práticas do Congado também estão relacionadas à natureza e aos ciclos naturais, o que pode ser interpretado como sagrado em muitas tradições espirituais.

     o Congado é considerado sagrado devido à sua importância na preservação da cultura africana, na resistência histórica, na expressão espiritual e na conexão com o divino, seja ele entendido através das tradições africanas, católicas ou de uma síntese única dessas influências.

 

                                                                                                                                                    Volta

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